sábado, 23 de junho de 2007

Os satanistas

O Satanismo persegue a satisfação dos desejos inatos, a auto-preservação e acima de tudo o bom senso. Só porque não concorda com alguma coisa não quer dizer que a tenha de ignorar completamente. Vivemos numa sociedade que possui leis e normas que, em primeiro lugar, visam a manutenção da ordem, para que numa cidade onde moram milhares ou milhões de pessoas elas não saiam à rua matando-se umas às outras.
Muitos factores devem ser tidos em consideração quando assumimos que Satan representa a satisfação dos desejos e não a abstinência. Do ponto de vista do Satanismo, cada um responde pelos actos que comete, atente isso ou não contra a liberdade e a propriedade de outrem, o importante é estar apto a receber a contrapartida a que os seus actos levam.
O que muitas vezes as pessoas esquecem é que as normas da sociedade foram criadas não só para si, mas para todas as pessoas. Violar, ignorar ou desrespeitar uma delas é da responsabilidade de cada um. Basta lembrar que antes de significar a realização dos prazeres físicos, mentais e espirituais, o Satanismo assume que tudo o que acontece é da responsabilidade do indivíduo, e o Satanista sabe assumir suas responsabilidades.
A busca de justiça deve prevalecer sempre, independentemente das leis vigentes. O Satanismo é apologista do Lex Talionis. Morte para quem mata, sofrimento para quem provocar sofrimento. Se em busca de compensação pessoal, do justo equilíbrio, o indivíduo atentar contra as leis implementadas na sociedade, então seja! Mas há que estar preparado para sofrer as consequências.

O que é o satanismo?!

O Satanismo pode ser considerado uma filosofia de vida. Se o despir dos seus simbolismos, rituais, celebrações e dogmas, terá um conjunto de "bases" que acima de tudo exaltam o "deus" que existe dentro de cada um de nós, sejamos Satanistas ou não. Para o Satanista, deus, o diabo, anjos e santos não passam de fragmentos da personalidade de cada um. Quando alguém exterioriza esse "deus" ou "diabo" o que está a fazer é deixar a sua majestade natural de lado para adorar ideias que não são suas, e de maneira indirecta adorar a pessoa que criou essas ideias. Ou seja, o Satanismo não é a adoração do diabo ou uma versão oposta ao Cristianismo, mas sim a exaltação do "Eu". A fuga de padrões pré-estabelecidos para a criação dos seus próprios padrões, criados por si para si: numa palavra, individualismo. É este um dos principais motivos de ataques à religião organizada, mais representada em Portugal pelo Cristianismo.
O Satanismo não se encontra em posição antagónica à cristã por constituir adoração ao seu eterno adversário, mas porque o Satanismo representa liberdade filosófica e espiritual, individualismo e criatividade, enquanto que o Cristianismo prega obediência a um deus omnipotente e ao seu filho carnal que veio à Terra, sem que os seus seguidores possam sequer questionar ou argumentar contra as causas e motivos dessa obediência. O Cristianismo é em essência a negação da verdade do Homem. O Satanismo opõe-se a qualquer adoração a um deus ou uma divindade exterior. Esta oposição estende-se a crenças onde se adora um deus pai e uma deusa mãe; um deus pelo qual se pode cometer crimes, terrorismo, massacres e fazer guerras santas; ou qualquer outra crença (a imaginação humana criou centenas de mitos e deuses) em que se deixe de parte o Humanismo e se criem alvos de adoração divina. No Satanismo cada ser vivo é o seu próprio deus e governante, cada um é responsável pelos seus actos e o seu modo de ser. Cada um é o seu próprio sacerdote, salvador e deus.

Satanismo*